dezembro 08, 2009

Budismo

O fundador do Budismo foi o filho de um rajá, Sidarta Gautama (560 - 480 a. C), viveu no nordeste da Índia. Sobre sua vida há várias histórias, mais ou menos lendárias, mas os pontos de maior destaque são os seguintes:




O príncipe Sidarta cresceu no seio da fortuna e do luxo. O rajá ouvira uma profecia de que seu filho ou se tornaria um poderoso governante ou tomaria o caminho oposto e abandonaria o mundo por completo. Esta última opção aconteceria se lhe fosse permitido testemunhar as carências e o sofrimento do mundo.


Para evitar que isso ocorresse, o rajá tentou proteger seu filho contra o mundo que ficava além das muralhas do palácio, ao mesmo tempo que o cercava de delícias e diversões.


Sidarta foi um prodígio nos estudos, estudou astronomia, geografia, textos clássicos, matemática, música, pintura e artes marciais.


Certa vez, sentado em um jardim, ele viu um cisne branco voando pelo céu. Seu invejoso primo Devadatta atirou uma flecha na ave, atingindo sua asa. Quando o cisne caiu no chão, Siddhārtha foi até lá, arrancou a flecha e cuidou dele. Devadatta disse que o cisne lhe pertencia, mas Siddhārtha soltou a ave. Desde então, Devadatta começou a rivalizar com ele.


Ainda jovem Sidarta (17) casou com sua prima Yasodhara-devi e mantinha também um harém de cerca de 40.000 cortesãs à sua disposição.


Aos 18/20 anos de idade foi ungido com as águas dos quatro mares, recebeu o selo real e foi investido como príncipe herdeiro do clã dos Sakyas (Buda Sakyamuni)


A virada: aos 29 anos Sidarta experimentou algo que haveria de ser o ponto crucial de sua vida. Até então o príncipe não tinha saído do palácio e apesar da proibição de seu pai, ele se arriscou a sair do palácio e viu, pela primeira vez, um velho, um homem doente, um cadáver sendo cremado e um asceta com extrema alegria. Algumas fontes dizem que estes encontros aconteceram em ocasiões diferentes, outras relatam que aconteceram em seqüência no mesmo dia.


Percebeu então que uma vida de riqueza e prazer é uma existência vazia e sem sentido. E se pergunta se haverá algo que transcenda a velhice, a doença e a morte?


Retomou ao palácio de seu pai e decidiu abandonar o luxo da vida de príncipe e buscar um caminho que levava ao fim do sofrimento.


Também se sentiu tomado por uma grande compaixão pela humanidade. Sem se despedir abandonou esposa e filho, e partiu para uma vida ascética.


Depois de uma vida de abundancia, passou a para o extremo oposto: os exercícios ascéticos, ou seja, a renúncia aos prazeres essenciais.obrigando-se a comer cada vez menos, segundo a lenda conseguia sobreviver comum grão de arroz por dia. Ele estava acompanhado na floresta de Uruvilva de cinco ascetas brâmanes. Dessa maneira ele esperava dominar o sofrimento; mas nem os exercícios ascéticos nem a yoga lhe deram o que procurava.


Assim, ele adotou o caminho do meio, buscando a salvação por meio da meditação.


Depois de seis anos, percebendo que as austeridades não trariam o fim do sofrimento, Sidarta abandonou o estilo de vida ascético. Compreendeu que o hedonismo e o ascetismo são dois extremos. Nem a vida palaciana nem a vida austera podiam colocar um fim ao sofrimento; o ideal é seguir o caminho intermediário, o caminho do equilíbrio e da harmonia, o caminho do despertar.


Ao completar 35 anos de idade (528 a.C) compreendeu o sofrimento, sua causa, sua extinção e o maio de extingui-lo.


“Ele não estava interessado nos aspectos metafísicos da existência, e sim em seu próprio corpo e sua própria mente, no aqui e agora. E quando encontrou a si mesmo, descobriu que tudo o que existe tem natureza búdica. Essa foi a sua iluminação” ( mente Zen, mente de principiante – Shinryu Suzuki)


Sidarta agora se transformara num Buda, um iluminado, alcançou a percepção de que todo sofrimento do mundo é causado pelo desejo. É apenas suprimindo o desejo que podemos escapar de outras encarnações.


Os budas são pessoas que estavam aprisionadas no estado de existência cíclica, passando de vida em vida pelos sofrimentos do nascimento, velhice, doença e morte.


Ao dominar se desejo de viver, que antes o atava à existência, o Buda parou de produzir carma e, portanto, não estava mais sujeito à lei do renascimento. Conseguira alcançar a salvação para si mesmo, e o caminho estava aberto para abandonar o mundo e entrar no nirvana final. O deus Brahma, porém, instou com ele para que difundisse seus ensinamentos.




A lei do carma




O budismo cresceu dentro do hinduísmo como um caminho individual para a salvação. As duas religiões têm muitos conceitos em comum: as doutrinas do renascimento, do carma e da salvação.


Para Buda, um ponto de partida óbvio é que o seres humanos é escravizado por uma série de renascimentos. Como todas as ações têm conseqüências, o princípio propulsor por trás do ciclo nascimento-morte-nascimento são os pensamentos do homem, suas palavras e seus atos (carma)


O tipo de vida em que o individuo vai renascer depende de suas ações em vidas anteriores.


O resultado flui automaticamente das ações. Enquanto o ser humano tiver um carma, ele está fadado a renascer.


Ao dominar seu desejo de viver, que antes o atava á existência, o Buda parou de produzir carma e, portanto, não estava mais sujeito á lei do renascimento.


O deus Brahma, porém, instou com ele para que difundisse seus ensinamentos.


Buda seguiu para Benares, que já naquela época era um centro religioso. Ali deu o famoso sermão de Benares, que contém os elementos mais importantes de seus ensinamentos.


Diversos monges mendigos seguiam Buda, e durante mais de 40 anos ele e seus discípulos vagaram pela região nordeste da Índia.






As quatro nobres verdades sobre o sofrimento






No sermão de Benares, Buda apresenta as quatro nobres verdades sobre o sofrimento, elas demonstram que tudo é sofrimento.


A causa do sofrimento é o desejo, o sofrimento cessa quando o desejo cessa.


1ª. Mostra que a condição do homem é de doença – nascer é sofrer, envelhecer é sofrer, separar de quem se ama é sofrer.


2ª. Indica a causa da doença – é causado pelo desejo do ser humano, desejar com os sentidos, a sede dos prazeres físicos. Enquanto ele se apegar a vida, irá perceber o mundo como sofrimento.


3ª. A doença é curável – é quando o desejo cessa, e quando isso acontece começa o nirvana.


4ª. O homem pode ser libertado do sofrimento, seguindo o caminho das oito vias.






O caminho das oito vias






O Buda acreditava que o homem deve evitar os extremos da vida. Não se deve viver nem no prazer extravagante, nem na autonegação exagerada.


O caminho para dar fim ao sofrimento é o caminho do meio, e Buda o descreveu em oito partes:


1. perfeita compreensão – compreender as verdades sobre o sofrimento e o ensinamento de Buda de que o homem não tem alma.


2. perfeita aspiração – dedicar-se na luta contra o desejo (raiz do sofrimento). Deve evitar o ódio e a luxuria. Olhar para Buda como um ideal.


3. perfeita fala – abster de mentiras, falas em vão e usar palavras ásperas ou caluniosas.


4. perfeita conduta – não matar, não roubar, não ser sexualmente promiscuo, não mentir e não utilizar drogas e álcool (entorpecer-se)


5. perfeito meio de subsistência – escolher um trabalho que não contrarie os cinco mandamentos.


6. perfeito esforço – praticar a autodisciplina para obter o controle da mente, evitando pensamentos maléficos.


7. perfeita atenção – desenvolver completa consciência de todas as ações do corpo, fala e mente. Autocontemplação – pleno controle para iniciar a meditação.


8. perfeita contemplação – obter serenidade mental e sabedoria para compreender o significado das quatro nobres verdades.




Culto



Em tempos antigos o culto religioso consistia inteiramente em venerar as relíquias de Buda ou de outros homens santos. Originalmente as relíquias eram guardadas em pequenos montes de terra (stupas). Aos poucos estas se transformaram naquelas construções características, em forma de sino ou de domo, que hoje chamamos de pagodes.


A partir do século I a. C tornou-se comum produzir imagens e estátuas do Buda.


Apesar dos budistas venerarem as imagens de Buda queimando incenso e pondo flores e outras oferendas diante delas, para o budista ortodoxo isso não é propriamente uma adoração formal. Buda foi apenas o guia da humanidade, foi o mestre glorificado, e como já entrou no nirvana, não pode ver nem recompensar as ações de um budista. Por isso, suas imagens não devem ser adoradas; estão ali para lembrar os ensinamentos do Buda e auxiliar o budista em sua meditação e em sua vida religiosa.

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