M. Ouriques
A década de 1880 no Brasil foi marcada por mudanças políticas cruciais como a Abolição da Escravidão, em 1888, e a queda do Império no ano seguinte dando lugar para a República.
Mas os primeiros dias do ano de 1880 foram marcados por protestos no Rio de Janeiro, centro político do Brasil, contra o imposto (o orçamento do Império estava em crise) cobrado sobre a passagem dos bondes urbanos que culminaram em violência nas ruas da cidade.
Até então o grande público era só expectador ou comentarista do cenário político do país. O “Motim do Vintém” redefiniu os atores e a encenação da cultura política brasileira.
Essas agitações populares ocorreram contra um pano de fundo de transformações urbanas: a alteração demográfica houve um inchamento da população que pode ser atribuído ao influxo de imigrantes (portugueses e italianos, por exemplo). A cidade já tinha seus problemas específicos como a multiplicação dos cortiços, que constituíam ameaça à saúde pública.
O dito imposto recaía sobre os habitantes urbanos e deveria ser cobrado a partir de 1° de janeiro em todas as linhas da cidade. A insatisfação transformou-se em protesto popular quando cinco mil pessoas reuniram-se juntamente com o jornalista Trovão com o intuito de entregar uma petição ao imperador Pedro II requerendo que ele revogasse o imposto (o aviso da cobrança foi dado quatro dias antes com uma nota no jornal).
Porém a multidão encontra o acesso á residência imperial bloqueada pelas forças policiais e os manifestantes acatando a ordem do chefe de polícia Costa e Silva e acabam por dar meia volta e a manifestação termina tranquilamente. Nota-se que o Imperador não soube lidar coma situação apoiando-se na força armada, acentuando-se a distancia entre a população e o governo imperial.
Através de panfletos Trovão programou um novo comício, conclamando agora o boicote ao pagamento do imposto. Reunindo desta vez cerca de 4 mil pessoas, a passeata encaminhava-se ao Largo São Francisco de onde partiam todos os bondes do centro. Mas pouco antes de chegarem ao destino, os manifestantes dividiram-se em grupos. Neste momento cessou o protesto pacífico, e a violência foi detonada. A cavalaria recebeu ordens, do comandante Galvão, de atacar a multidão, o resultado foi cerca de quinze a vinte feridos e três mortos.
Segundo relatório do comandante Galvão ele só ordenara o avanço da tropa após disparos por parte dos manifestantes. Porém observadores alegavam que a cavalaria atacou sem ter recebido qualquer provocação. Um dos participantes dos protestos deixou relato em que caracterizou a violência dos participantes como totalmente defensiva.
Aqueles que ocupavam posições proeminentes no poder público viram refletidos na revoltas outras questões. Atacaram não o imposto em si, mas o uso indiscriminado da força armada.
Ninguém criticou tanto a medida adotada pelo governo como o grupo reunido na Rua do Carmo, composto por oito senadores e deputados liberais, que apoiou a causa popular que passavam agora a constituir uma nova fonte de poder até então nunca utilizada.
Além dos políticos reunidos na Rua do Carmo foi montada uma comissão de paz, onde incluíam-se médicos e advogados. Esta comissão escolheu encontrar-se com o ministro de guerra Paranaguá, a comissão exigia o fim da cobrança do imposto e ele argumentava que era sua obrigação fazer cumprir a lei. Dispôs de advogados para os manifestantes presos e médicos para atender aos feridos.
O Jornal do Comercio, que era freqüentemente favorável ao governo, também apoiou a causa. E o imposto só seria finalmente abolido em cinco de setembro do mesmo ano.
O Motim do Vintém trouxe uma transformação da compreensão consensual da conduta política do Brasil às vésperas de transformações que mudariam o rumo da sociedade brasileira.
Mas os primeiros dias do ano de 1880 foram marcados por protestos no Rio de Janeiro, centro político do Brasil, contra o imposto (o orçamento do Império estava em crise) cobrado sobre a passagem dos bondes urbanos que culminaram em violência nas ruas da cidade.
Até então o grande público era só expectador ou comentarista do cenário político do país. O “Motim do Vintém” redefiniu os atores e a encenação da cultura política brasileira.
Essas agitações populares ocorreram contra um pano de fundo de transformações urbanas: a alteração demográfica houve um inchamento da população que pode ser atribuído ao influxo de imigrantes (portugueses e italianos, por exemplo). A cidade já tinha seus problemas específicos como a multiplicação dos cortiços, que constituíam ameaça à saúde pública.
O dito imposto recaía sobre os habitantes urbanos e deveria ser cobrado a partir de 1° de janeiro em todas as linhas da cidade. A insatisfação transformou-se em protesto popular quando cinco mil pessoas reuniram-se juntamente com o jornalista Trovão com o intuito de entregar uma petição ao imperador Pedro II requerendo que ele revogasse o imposto (o aviso da cobrança foi dado quatro dias antes com uma nota no jornal).
Porém a multidão encontra o acesso á residência imperial bloqueada pelas forças policiais e os manifestantes acatando a ordem do chefe de polícia Costa e Silva e acabam por dar meia volta e a manifestação termina tranquilamente. Nota-se que o Imperador não soube lidar coma situação apoiando-se na força armada, acentuando-se a distancia entre a população e o governo imperial.
Através de panfletos Trovão programou um novo comício, conclamando agora o boicote ao pagamento do imposto. Reunindo desta vez cerca de 4 mil pessoas, a passeata encaminhava-se ao Largo São Francisco de onde partiam todos os bondes do centro. Mas pouco antes de chegarem ao destino, os manifestantes dividiram-se em grupos. Neste momento cessou o protesto pacífico, e a violência foi detonada. A cavalaria recebeu ordens, do comandante Galvão, de atacar a multidão, o resultado foi cerca de quinze a vinte feridos e três mortos.
Segundo relatório do comandante Galvão ele só ordenara o avanço da tropa após disparos por parte dos manifestantes. Porém observadores alegavam que a cavalaria atacou sem ter recebido qualquer provocação. Um dos participantes dos protestos deixou relato em que caracterizou a violência dos participantes como totalmente defensiva.
Aqueles que ocupavam posições proeminentes no poder público viram refletidos na revoltas outras questões. Atacaram não o imposto em si, mas o uso indiscriminado da força armada.
Ninguém criticou tanto a medida adotada pelo governo como o grupo reunido na Rua do Carmo, composto por oito senadores e deputados liberais, que apoiou a causa popular que passavam agora a constituir uma nova fonte de poder até então nunca utilizada.
Além dos políticos reunidos na Rua do Carmo foi montada uma comissão de paz, onde incluíam-se médicos e advogados. Esta comissão escolheu encontrar-se com o ministro de guerra Paranaguá, a comissão exigia o fim da cobrança do imposto e ele argumentava que era sua obrigação fazer cumprir a lei. Dispôs de advogados para os manifestantes presos e médicos para atender aos feridos.
O Jornal do Comercio, que era freqüentemente favorável ao governo, também apoiou a causa. E o imposto só seria finalmente abolido em cinco de setembro do mesmo ano.
O Motim do Vintém trouxe uma transformação da compreensão consensual da conduta política do Brasil às vésperas de transformações que mudariam o rumo da sociedade brasileira.
GRAHAN, Sandra Lauderdale. O motimdo Vintém e a Cultura política do Riode Janeiro 1880. In: BRESCIANI, Maria Stella; BORGES, Vavy Pacheco (org). Reforma e Revolução, Revista Brasileira de História, março/agosto 1990.
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