M.Ouriques
Escrito por Francisco Régis Ramos, professor da UFCE e membro do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural, o capítulo “A História nos Objetos” mostra a questão do objeto como elemento de comunicação, a importância do papel das exposições, bem como o caráter educativo do museu.
Segundo o autor ao entrarmos em espaço expositivo, o objeto perde o seu valor e função original. Dentro do museu ele receberá outros valores, que muitas vezes são permeados por interesses, o que leva muitas vezes ao destaque de objetos de elite dentro destas instituições.
O capítulo em questão adentra em uma discussão sobre o tipo de saber que o museu produz e de como se pode pensar a visita no museu como algo realmente válido como atividade, da necessidade de aprender a ler e observar os objetos.
Para trazer o objeto como fonte de reflexão Ramos propõe uma questão quanto a relação do relógio utilizado pelos alunos com a noção de tempo à chamada Revolução Industrial. É uma questão bastante pertinente para ser abordada, “a transição para a sociedade industrial madura que acarretou uma reestruturação rigorosa dos hábitos de trabalho” e todo este contexto baseado na reflexão do objeto como indício a ser interpretado. Outro exemplo de questão citada pelo autor é o uso do copo descartável que pode servir de material de estudo relacionando-o com a sociedade de consumo no qual nós estamos inseridos. São abordagens muito interessantes ao relacionar objetos do cotidiano dos alunos com sua contextualização histórica.
Ao visitar um museu professor deve utilizar de todo seu potencial educativo, formando novas percepções para a multiplicidade de tempos em seus alunos, construindo problemáticas em cima do tema, pensando a história como multiplicidade do real.
RAMOS, Francisco Régis L. A História nos objetos. In: _______ A Danação do Objeto: O museu no ensino de História. Chapecó: Argos, 2004. p. 19-30.
THOMPSON, E. P. Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial. In: ____ Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. Tradução: Rosaura Eichemberg. São Paulo: Cia das Letras, 1998. p. 269
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